Filmada em três meses na pequena cidade de Taperoá, no sertão da Paraíba,
A Pedra do Reino tem Pedro Diniz Quaderna como condutor da história. Ele se apresenta como um velho palhaço que percorre
as estradas sertanejas e descreve suas memórias como em um espetáculo popular de rua. "Quaderna é um personagem que tenta
resgatar as lembranças de sua vida", afirma o ator pernambucano Irandhir Santos, que estréia na TV na pele do protagonista.
Nascido
na cidade de Barreiros (PE), Santos tem experiência em teatro de rua e está ansioso para ver o resultado das filmagens. "Eu,
assim como os demais integrantes, não vemos a hora de assistir ao resultado'', diz o ator que carrega em seu currículo prêmio
de melhor ator coadjuvante do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro do ano passado, por seu papel em Baixio das Bestas,
de Cláudio Assis.
Os outros 50 atores que participam da história também são moradores de cidades nordestinas. Em Taperoá,
foi montada uma cidade cenográfica de dois mil metros quadrados. Todos os adereços utilizados nas filmagens foram produzidos
por artesãos locais. "Tivemos a colaboração de artistas plásticos, bordadeiras, costureiras e marceneiros", conta Carvalho.
A cidade foi o cenário onde Suassuna passou parte de sua infância
CONHEÇA A ESCOLA AGROTÉCNICA DE BARREIROS
Aqui na cidade de Barreiros, mata sul de Pernambuco, existe uma escola
que é um verdadeiro oásis de qualidade no árido cenário da educação rural. É a Escola Agrotécnica Federal de Barreiros (EAFB),
que oferece cursos adaptados à realidade local e, desde o início do ano, abriga um centro experimental de ensino da Secretaria
de Educação (Seduc).
Os
professores da Escola estimulam os alunos a trabalharem um mesmo assunto sob a ótica de várias matérias. De acordo com a professora
de língua portuguesa Luciana Neves, o método faz com que os alunos passem a interagir mais durante as aulas. “Um aluno
que não gosta de literatura, mas gosta de teatro, por exemplo, começa a perceber que as peças em que atua são de grandes autores
brasileiros, o que faz com que ele adquira o hábito de ler”.
A
Escola atende alunos de Pernambuco e Alagoas. Oferece os cursos técnicos de agropecuária, turismo, agroindústria, zootecnia
e hotelaria, além do ensino médio. Os alunos que moram longe estudam em regime de internato, indo para casa só nos finais
de semana. A escola garante alojamento e todas as refeições. O processo de seleção consiste em uma prova de português
e matemática.
Com
uma área de 432 hectares, a Escola Agrotécnica também possui uma cooperativa mantida com o esforço dos alunos e mestres, fornecendo
carne e couro para o mercado local. As atividades extra-classe ajudam os estudantes a pôr em prática o que aprendem em sala
de aula. O centro também realiza a qualificação dos professores através de palestras e debates, com a participação de profissionais
do ramo.
No
final do curso, os alunos são encaminhados a estágios, de onde seguem para o mercado de trabalho. Entre os casos de sucesso,
estão alunos que conseguiram emprego no exterior, em países como França e Estados Unidos.
Fonte: Covest
ESTÁCIO COIMBRA
Por Semira Adler Vainsencher Pesquisadora
do Instituto de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco.
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Em 22 de outubro de 1872, no engenho Tentugal, em Barreiros, Estado de Pernambuco, nasce Estácio
de Albuquerque Coimbra. É o primeiro filho de João Coimbra - membro de uma modesta família de lavradores portugueses que veio
morar no Brasil, no começo do século XIX, mas que se torna advogado, senhor de engenho e deputado estadual - e de Francisca
de Albuquerque Belo Coimbra - integrante de uma família aristocrática, tradicionalmente relacionada à lavoura e proprietária
do engenho Tentugal.
Estácio Coimbra ingressa na Faculdade de Direito do Recife, e se forma em 1892 com apenas vinte anos de idade. Junto a seu pai, começa a exercer a advocacia em Barreiros, Rio Formoso
e Água Preta. Casa-se bem jovem com Joana de Castelo Branco Coimbra, cuja família é proprietária do engenho Morim. O casal
tem quatro filhos. Neste engenho, como representante da nobreza rural pernambucana, Coimbra passa os fins de semana. Posteriormente,
o local se transforma na Usina Central de Barreiros: um dos pontos de referência da indústria açucareira do Estado.
Em 1894, após ter colaborado para a organização do Partido Republicano de Barreiros, Estácio Coimbra substitui
o seu tio-avô materno (cujo mandato havia expirado), e se elege prefeito daquele município. Poucos meses depois (em 10 de
janeiro de 1895), é eleito deputado estadual, tornando-se líder e componente das Comissões de Justiça e Finanças. Por ser
um excelente orador e um líder combativo, ele consegue consolidar o seu prestígio político e, em 1899, elege-se como o mais
jovem deputado federal da época. Vale ressaltar que a rapidez de sua trajetória é fruto da ascensão e dominação da oligarquia
"rosista", aquela comandada pelo conselheiro Francisco de Assis Rosa e Silva, o mesmo que se tornou vice-presidente da República,
no governo Campos Sales (1898-1902), e que muito apoiou o jovem deputado.
O prestígio de Estácio Coimbra é tamanho que, em 1907, ele acumula as funções de deputado estadual e federal.
Nestas funções, ele conseguiu alguns melhoramentos para a região de Barreiros: a instalação de uma linha férrea para o Recife,
e a construção de uma ponte metálica sobre o rio Una.
Em 1911, ocorre uma acirrada disputa pelo poder, com a utilização de uma propaganda eleitoral das mais violentas,
e as forças militares são convocadas a interceder. Nesse momento, Herculano Bandeira renuncia, passa o cargo para Antônio
Pernambucano - seu substituto legal -, mas o mesmo alega motivos de saúde para não tomar posse; e Estácio Coimbra então, como
Presidente da Assembléia, assume o governo do Estado de Pernambuco.
Dentro de sessenta dias, conforme a constituição pernambucana, são efetuadas novas eleições e Rosa e Silva,
possuidor de um grande controle da máquina eleitoral, se torna o vitorioso. Naquela época, contudo, muitos alegam a ocorrência
de fraude. Há uma segunda intervenção das tropas do Exército, ocorrem saques, depredações e mortes, e o governador provisório
Estácio Coimbra (juntamente com a maior parte dos senadores e deputados), não encontrando alternativa, procura refúgio em
lugares mais seguros.
Na ocasião, o General Dantas Barreto é reconhecido como o novo governador de Pernambuco; a partir daí, persegue
bastante os seus adversários e, por fim, consegue neutralizar a dominação da oligarquia "rosista".
Durante um certo período, Estácio Coimbra fica afastado da política. Com o suporte da nova oposição, no entanto,
ele é eleito (novamente) deputado federal em 1915, consegue a renovação do seu mandato por mais dois períodos, e permanece
no poder até 1922. Cabe salientar que Estácio Coimbra exerceu, ainda, os cargos de Ministro da Agricultura, na gestão de Epitácio
Pessoa, e Vice-Presidente da República, no governo de Artur Bernardes (1922-1926), e assumiu também a presidência do Senado
e do Congresso Nacional.
Após a passagem pela Vice-Presidência, Estácio Coimbra (apoiado sempre por Rosa e Silva) empreende negociações
no sentido de se tornar o próximo governador do Estado. Isto vem a ocorrer no dia 1o. de maio e sua posse tem lugar no final
do ano. Desta feita, porém, aumentam as dissidências em Pernambuco, e o governador é acusado, publicamente, de não cumprir
vários itens do acordo assinado.
Na Paraíba, paralelamente, surge em Princesa (hoje chamada Princesa Isabel), um forte movimento de oposição
ao governo de João Pessoa. Estácio Coimbra é acusado de favorecer os rebeldes, uma vez que as primeiras armas e munições usadas
advinham da polícia pernambucana. Nesse período turbulento, João Pessoa é assassinado no Recife pelo advogado João Dantas
Duarte, instigado por adversários políticos do governador e contando, inclusive, com a cumplicidade de Estácio Coimbra. Tais
acontecimentos culminam com a eclosão da Revolução de 1930, no Rio Grande do Sul, e o governador de Pernambuco é informado
de que os Estados da Paraíba e de Minas Gerais tinham sido obrigados a aderir à Revolução.
Os rebeldes encontram uma forte resistência, no quartel do 21o. Batalhão de Caçadores de Pernambuco, e são
obrigados a recuar. Em contrapartida, tentam destruir a central telefônica do Recife. Os integrantes do Tiro de Guerra 333
- mediante ordens - tomam de assalto, então, o depósito de armas e munições do Exército. Diante do desequilíbrio de forças,
a Polícia Militar do Estado é obrigada a se render, e o seu quartel se vê ocupado pelas forças revolucionárias.
Do Palácio do Campo das Princesas, Estácio Coimbra tenta resistir aos ataques que vêm da ponte Princesa Isabel,
de Santo Amaro e da rua da Aurora, ainda enfrenta as tropas do exército, mas não obtém sucesso. Finalmente, embarca em um
rebocador com os seus assessores e ruma para o litoral sul de Pernambuco. Vai para Maceió depois e, de lá, para Salvador.
Nesta cidade, toma conhecimento do triunfo da revolução e da demissão de Washington Luís, o Presidente da República. Sem maiores
alternativas, o governador embarca para Lisboa, onde se exila por quatro anos, acompanhado de seu fiel amigo Gilberto Freyre.
Somente em 1934, em decorrência de uma anistia, Estácio Coimbra abandona o exílio. Ele retorna ao engenho
Morim, em Barreiros, mas se mantém afastado da política até a data do seu falecimento: 9 de novembro de 1937. Renato Carneiro
Campos, escritor e crítico literário pernambucano, disse que Estácio Coimbra foi, ao mesmo tempo, um conservador e um reformador.
Dentre suas realizações mais importantes na vida política constam: a fundação da Escola de Agronomia, em Barreiros;
a transformação da Escola Normal e do ensino em Pernambuco (sob a condução do educador Antônio Carneiro Leão); o estímulo
à agricultura; e o início do zoneamento econômico do Estado e do cadastramento rural.
Fontes consultadas:
SILVA, Jorge Fernandes da. Estácio Coimbra. In: _____. Vidas que não morrem. Recife: Secretaria de
Educação, Departamento de Cultura, 1982.
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Dicionário histórico-biográfico brasileiro 1930-1983. Rio de Janeiro: Forense-Universitária,
1984. v. 1, p. 829-832. |
USINA CENTRAL BARREIROS
Situada ao sul do município de Barreiros, foi fundada entre 1885 e 1890, com o nome de Carassu, por João
Carlos de Mendonça Vasconcelos e João Paulo Moreira Temporal. Sua capacidade de moagem era de vinte mil toneladas de cana
esmagada por safra.
Foi desativada e substituída pela usina Central Barreiros, construída pela Companhia A. M. de Pernambuco, pertencente a
Alfredo Osório e Estácio de Albuquerque Coimbra.
Em 1929, possuía vinte propriedades agrícolas, 28 quilômetros de ferrovia, quatro locomotivas e cinqüenta vagões. O transporte
da cana e da lenha era feito pela via férrea e caminhões e o do açúcar e do álcool por via marítima.
Durante a época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 180 operários. Toda a maquinaria da usina, com estrutura metálica,
foi adquirida na Holanda. Comentava-se que era a usina mais moderna e eficiente da época. Tinha capacidade para trabalhar
500 toneladas de cana e fabricar 3.000 litros de álcool.
A exploração das terras era feita por arrendamento e administração direta da fábrica.
Com a morte de Estácio Coimbra, em 1937, a usina passou, por herança, para João Coimbra, Jaime Coimbra e outros irmãos
que a administraram até ser adquirida pelo Grupo Carlos de Brito, da fábrica de doce Peixe, de Pesqueira.
Na década de 1950, a usina atingiu a produção anual de 650 mil sacos de açúcar de 60 quilos.
Por estar situada numa região sujeita a grandes intensidades de chuva, o que diminui o teor de sacarose, há uma preocupação
da usina em cultivar variedades de cana com alto rendimento industrial. Atualmente a usina pertence ao Grupo Othon Bezerra
de Melo e está desativada.
Fontes consultadas:
ANDRADE, Manuel Correia de. História das usinas de açúcar de Pernambuco. Recife: FJN. Ed. Massangana, 1989. 114
p. (República, v.1) GONÇALVES & SILVA, O assucar e o algodão em Pernambuco. Recife: [s.n.], 1929. 90 p. MOURA,
Severino. Senhores de engenho e usineiros, a nobreza de Pernambuco. Recife: Fiam, CEHM, Sindaçúcar, 1998. 320 p. (Tempo
municipal, 17).

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Usina Central Barreiros |
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